Aos 13 anos Ana começou a ajudar nas tarefas de
casa, aos 15 começou a trabalhar em um banco como estagiária, aos 22 conseguiu
um bolsa integral em um faculdade de renome, aos 31 estava sentava na frente de
um computador na recepção de uma multinacional, mas era terceirizada . Sempre foi
uma menina avoada, sonhadora queria ser
independente e detestava das satisfações , sua timidez complicava um pouco a
vida, decidiu que a melhor maneira de se expor era ser mais cômica.
Leu quase todos os clássicos da literatura
antes dos 25 anos, gostava de rock
música clássica, aos 18 conheceu Suely e fizeram o mesmo curso de artes
plásticas. Costumava ser presença constate na casa de Suely que ainda morava
com os país em uma desses bairros nobres onde tudo é perto, dá para ir a pé e
tem arvore para tudo quanto é lado, o metro ficava a 15 metros do condomínio
mais Ana pegava o ônibus que parava na porta, a amizade era muito profunda
apesar de viverem em realidades tão diferentes, afinal Itaquera não é
Higieanópolis.
A mãe de Ana acreditava que um curso de artes
plásticas era perda de tempo: Onde é que você vai trabalhar? Vai fazer o que?
Mas ela não se importava, decidiu corajosamente seguir seu coração, deseja ser
curadora de um museu, uma galeria, viajar o mundo fazendo arte, era assim. Como
sempre pagou suas despesas não tinha o rabo preso com exigências, quem não
ajudava tão pouco poderia atrapalhar, sua mãe dedicava atenção aos irmãos, que
tinham filhos e precisavam de mais atenção, mesmo antes era assim, afinal: Ela sempre
foi tão independente! Mas eles coitados não sabem passar um café e as crianças
precisam de mim, já que todo mundo trabalha.
Suely tinha um irmão mais velho, o Beto, muito
simpático e inteligente o xodó da mãe e a irmã o do pai, Ana sentia aquela
inveja desconsertante, era tudo tão perfeito ali. Um dia saíram os três Suely ,
Beto e Ana em uma balada qualquer comemorar o aniversário de uma prima, assim
que chegaram Beto avistou Aline e foi deu um abração de parabéns , foi ali
naquele momento que Ana sentiu a pontada do ciúme, uma, duas , três , dez vezes
a noite toda. Pensou: Esses primos são próximos, muito próximos mesmo.
Ana passou a semana remoendo aquilo: Que merda!!!
Não fazia ideia de que gostava de Beto até que outra apareceu e sentiu –se assim,
meio borocoxó, ficou na dela colocou a amizade em primeiro lugar.
Outubro chegou estalando o chicote, provas, trabalhos acadêmicos, trabalho,
prazos, obrigações. Suely ligou para Ana
feliz da vida, como quando a gente ganha na loteria ou sai com o Johnny Deep.
- E aí amiga é hoje. Ele me ligou vamos sair!?
-Que bom, depois me conta como foi.
-Não gata, vamos sair ? Eu, você, ele a Aline e
o Beto? Ana emburrece-se.
-Acho que não, muita coisa para fazer, provas e
tal. Ana não estava muito afim de assistir a pegação alheia, o problema nem era
a grana....era o show e a solidão acompanhada.
De tanto Suely insistir Ana cedeu, foram os
cinco para uma balada GLSBT, como diria dona Andira a avô de Ana “coisa de
louco”, a cerveja, o Whisky, a vodka embalaram ao noite, o tal “ele” era na
verdade Rafael irmão de Aline, então estavam todos em família com exceção de
Ana, mas era quase. As três da manhã ninguém
sabia mais o nome de ninguém, Suely já havia sumido a um tempão, Beto ficou no
pé de Aline a noite toda, mas ela acabou se atracando um moreno alto, tipo
atleta. Ana se encheu, pegou suas coisa e deu um tchau de longe para qualquer
um, antes de chegar no caixa Beto segurou seu braço e disse: Vai embora não! Não
me deixa aqui sozinho. Ana fez aquela cara de : Ah, tá!. Mas ele insistiu...e
ela cedeu.
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