terça-feira, 11 de junho de 2013

HISTÓRIAS DE ANA – Parte 2 : Eu não sou a preferida.

Aos 13 anos Ana começou a ajudar nas tarefas de casa, aos 15 começou a trabalhar em um banco como estagiária, aos 22 conseguiu um bolsa integral em um faculdade de renome, aos 31 estava sentava na frente de um computador na recepção de uma multinacional, mas era terceirizada . Sempre foi uma menina avoada, sonhadora  queria ser independente e detestava das satisfações , sua timidez complicava um pouco a vida, decidiu que a melhor maneira de se expor era ser mais cômica.

Leu quase todos os clássicos da literatura antes dos 25 anos, gostava de rock  música clássica, aos 18 conheceu Suely e fizeram o mesmo curso de artes plásticas. Costumava ser presença constate na casa de Suely que ainda morava com os país em uma desses bairros nobres onde tudo é perto, dá para ir a pé e tem arvore para tudo quanto é lado, o metro ficava a 15 metros do condomínio mais Ana pegava o ônibus que parava na porta, a amizade era muito profunda apesar de viverem em realidades tão diferentes, afinal Itaquera não é Higieanópolis.

A mãe de Ana acreditava que um curso de artes plásticas era perda de tempo: Onde é que você vai trabalhar? Vai fazer o que? Mas ela não se importava, decidiu corajosamente seguir seu coração, deseja ser curadora de um museu, uma galeria, viajar o mundo fazendo arte, era assim. Como sempre pagou suas despesas não tinha o rabo preso com exigências, quem não ajudava tão pouco poderia atrapalhar, sua mãe dedicava atenção aos irmãos, que tinham filhos e precisavam de mais atenção, mesmo antes era assim, afinal: Ela sempre foi tão independente! Mas eles coitados não sabem passar um café e as crianças precisam de mim, já que todo mundo trabalha.

Suely tinha um irmão mais velho, o Beto, muito simpático e inteligente o xodó da mãe e a irmã o do pai, Ana sentia aquela inveja desconsertante, era tudo tão perfeito ali. Um dia saíram os três Suely , Beto e Ana em uma balada qualquer comemorar o aniversário de uma prima, assim que chegaram Beto avistou Aline e foi deu um abração de parabéns , foi ali naquele momento que Ana sentiu a pontada do ciúme, uma, duas , três , dez vezes a noite toda. Pensou: Esses primos são próximos, muito próximos mesmo.

Ana passou a semana remoendo aquilo: Que merda!!! Não fazia ideia de que gostava de Beto até que outra apareceu e sentiu –se assim, meio borocoxó, ficou na dela colocou a amizade em primeiro lugar.
Outubro chegou estalando o chicote,  provas, trabalhos acadêmicos, trabalho, prazos, obrigações. Suely ligou para  Ana feliz da vida, como quando a gente ganha na loteria ou sai com o Johnny Deep.

- E aí amiga é hoje. Ele me ligou vamos sair!?
-Que bom, depois me conta como foi.
-Não gata, vamos sair ? Eu, você, ele a Aline e o Beto? Ana emburrece-se.
-Acho que não, muita coisa para fazer, provas e tal. Ana não estava muito afim de assistir a pegação alheia, o problema nem era a grana....era o show e a solidão acompanhada.


De tanto Suely insistir Ana cedeu, foram os cinco para uma balada GLSBT, como diria dona Andira a avô de Ana “coisa de louco”, a cerveja, o Whisky, a vodka embalaram ao noite, o tal “ele” era na verdade Rafael irmão de Aline, então estavam todos em família com exceção de Ana, mas era quase. As  três da manhã ninguém sabia mais o nome de ninguém, Suely já havia sumido a um tempão, Beto ficou no pé de Aline a noite toda, mas ela acabou se atracando um moreno alto, tipo atleta. Ana se encheu, pegou suas coisa e deu um tchau de longe para qualquer um, antes de chegar no caixa Beto segurou seu braço e disse: Vai embora não! Não me deixa aqui sozinho. Ana fez aquela cara de : Ah, tá!. Mas ele insistiu...e ela cedeu.

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