terça-feira, 27 de agosto de 2013

DIZEM QUE SOU LOUCO....



fonte foto: vendaval das letras


Este ano de 2013 os nervos parecem estar a flor da pele, a sujeira emocional e tantas outras estão vindo a tona. Novidade? Acredito que não, isso tudo é velho, estava debaixo do tapete amontoando lixo....

O Brasil não é uma país tão receptivo e carismático (que digam os médicos cubanos do programa mais médicos) festeiro sim, com certeza. Mas cobrar uma postura perfeita de um país inteiro é irreal, pessoas estão aqui justamente porque não são perfeitas, estão aprendendo, eu estou aprendendo. O que me incomoda é a falta de consciência e espaço,a  falta de educação, a falta de respeito por não enxergar e compreender os limites do outro, essa imposição de " você tem que aguentar " que de fato está camuflada em, engole o desrespeito e não reclama.

Essa manipulação psicológica revoltante que por ser invisível, é ainda pior que uma agressão física, geralmente bem velada, é maquiada e camuflada em sorrisinhos maldosos. comentários depreciativos e afirmações de desmerecimento e descrédito, tais como: " Você está exagerando", " você acredita que é capaz", " sabe fazer isso". O coitadismo é uma prática bem comum no Brasil e nos povos da América Latina, "tenha dó" é uma das afirmações mais utilizadas pelos brasileiros..e isso é péssimo! Dó de quem? Porque? Não seria mais útil, "tenha compaixão"?

O fato é que, atingir a autoimagem e autoestima de alguém é mais eficaz do que colocar uma algema, uma mente dominada não se rebela e não se indigna com nada, sofre abusos e explorações pela falta de amor próprio e a falta de consciência de que a violência também é exercida com palavras e é bem mais comum do que imaginamos. Começa em casa, com aquela mãe histérica, com aquele pai estressado, com aquele filho mimado, até crianças pequenas tem consciência de que podem manipular seus pais ou os adultos a sua volta.

Posso me enganar ao escrever esse post, mas de repente me veio a cabeça que as pessoas estão folgadas e acomodadas ao extremo, querem impor suas vontades e ainda fazer  o outro acreditar que está errado em dizer NÃO. Que estupidez é essa em continuar perpetuando um comportamento de uso e abuso e não de convivência e troca de experiências. Vejo pessoas preocupadas em não se indispor com nada, carentes e infelizes que não suportam a própria companhia  vejo pessoas que querem ser o centro das atenções  ( como se isso fosse possível) o tempo todo, vejo pessoas que se negam a abrir seus corações mais querem atingir a felicidade plena, entretanto não movem um dedo em busca de auxilio para superar seus medos e dificuldades!

São pessoas cegas de si mesmos,  que ainda debocham de quem faz terapia e autoanalise ( veja o nome AUTOANALISE) se, ao sentar-se na frente de um psicólogo você é louco, eu pergunto, e daí? O que seria mais corajoso, fingir que não existem questões emocionais a serem resolvidas? Que não precisamos cuidar da nossa saúde emocional, assim como do corpo...que tudo é lindo e maravilhoso o tempo inteiro. Pode-se beber ou usar drogas até perder o rumo da própria vida, mas isso é como enfiar uma faca lentamente no próprio peito ou beber veneno a conta gotas.

O que estamos fazendo? Para onde estamos caminhando? Qual o objetivo da convivência?Seria melhor ser um ermitão e viver isolado? Vontade de sumir dá e muito, mas essa não me parece ser a solução mais adequada....é melhor ficar e pagar para ver, sempre buscando o AUTOCONHECIMENTO!






segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O Amor não existe mais?

por João Carvalho Neto -joaoneto@joaocarvalho.com.br
Fonte : Site STUM 




Dizem que o amor não existe mais - é o que eu escuto com alguma frequência de pessoas deitadas no divã do meu consultório, falando sobre suas decepções amorosas, sobre a falta que sentem de retorno afetivo para as necessidades de sua carência interior. Ouvi isto por muitas vezes, sem ter parado para refletir sobre a complexidade que pode estar envolvendo esta questão.
A princípio, minha tendência era sempre a de pensar que estas queixas vinham de pessoas excessivamente carentes, pessoas que tendem a cobrar demasiada atenção de seus parceiros, que esperam um amor apaixonado que nunca se modifique. Claro que estas pessoas existem... e não são poucas. Mas comecei a perceber que talvez a explicação dessa queixa não residisse apenas em suas predisposições psicológicas, a darem uma interpretação pessoal e lastimosa aos fatos. Diante de uma paciente que se lamentava sobre o comportamento mais distante do marido, tive um insight e percebi que talvez ele realmente não a amasse; contudo, não de todo, mas como ela esperava que fosse.

Vivemos tempos de uma profunda transição, que se opera em todos os níveis da existência humana. Tempos em que a vida nos coloca em um constante exercício de adaptações às novas formas de lidar com a realidade ao redor, mas também com nossas emoções.
Na verdade, todas as mudanças que vêm ocorrendo, no campo do social, da cultura, da política, da economia, dos hábitos, da ética nada mais são do que o reflexo de uma mudança básica que se opera na consciência humana. Não é mundo que está mudando, mas os seres humanos que formam e dão sentido a este mundo que estão mudando. E com os relacionamentos, especialmente com o amor, não seria diferente.

Quando Sigmund Freud estabeleceu as bases da proposta psicanalítica, estudando a sexualidade humana desde a mais tenra idade, percebeu que os desejos reprimidos que os filhos nutriam pelos pais estabeleciam construções que poderiam se tornar neuróticas nessas crianças, com fortes possibilidades a se transferirem para os relacionamentos futuros quando adultos.
Um pai e uma mãe são as primeiras pessoas que aprendemos a amar e, sobre elas, criamos modelos que tendemos a repetir, principalmente, nos encontros conjugais. A forma como esses modelos se estabeleceram, com seus conflitos ou resoluções satisfatórias, irão marcar indelevelmente a percepção afetiva que fazemos do outro.
Por isso, costumamos transferir para nossos parceiros afetivos nossas carências, dominações, recriminações, cobranças que tivemos com nossos pais, mas que ficaram reprimidas a nível do inconsciente por conta da culpa de desejos possivelmente condenáveis -pela cultura religiosa e social- que tivemos por eles.

Freud percebeu este contexto de construção psicológica dentro da sociedade européia do início do século XX, que emergia de sentimentos profundos de culpa, até mesmo patológicos, devido ao longo período de dominação de uma religião construída sob o domínio do medo de castigos e condenações.
Cem anos depois, temos inquestionavelmente um novo cenário. As liberdades são outras, a força da coação religiosa diminui, e a probabilidade de construções neuróticas nos modelos que Freud observou tem mudado. Os filhos amam seus pais mais livremente, falam sobre sexualidade com abertura, compreendendo, aceitando e lidando melhor com seus desejos sem recriminações neurotizantes. Além disso, as necessidades de inserção no mercado de trabalho, para organizar melhor as despesas do lar, aumentaram, fazendo com que os pais -especialmente agora as mães- passem mais tempo fora de casa do que antes.

Dessa forma, os modelos de relacionamento entre filhos e pais são mais livres, menos dependentes, com mais autonomia afetiva, o que não significa descaso ou desprezo, mas mais independência para todos vivenciarem seus projetos de vida sem que isso caracterize falta de amor ou de compromisso afetivo.
Muitos dos jovens casais de hoje são herdeiros dessa cultura familiar que, curiosamente, baseia-se em mais autonomia, mas também em melhores relações, já que as cobranças e expectativas neuróticas transferenciais estão deixando de existir.
Se ambas as partes concebem a vida dessa forma será muito bom, e a convivência tenderá a ser harmônica e baseada no diálogo. Entretanto, como estamos em tempos de transição, aquilo que se apresenta como o novo se mistura com as tendências ainda arraigadas que insistem em persistir.

Muitas vezes ainda encontramos casais onde um dos parceiros já avançou para estas concepções mas o outro traz modelos demasiadamente possessivos de relacionamento. Para esses, o outro, mais autônomo afetivamente, parecerá distante e incapaz de amá-lo como gostaria que fosse.
Então, parece-me que não é o amor que não existe mais, mas o amor vem passando por um processo de amadurecimento nas pessoas, apresentando características mais saudáveis, pela melhor preservação das individualidades e com menos apegos neurotizados, o que desagrada os que esperam desses amores completarem seu vazio interior.
Para estas pessoas, dizer que o amor não existe pode ser mais fácil do que assumirem suas necessidades de transformação pessoal. 

Porque as mulheres não estão loucas

por 
em 18/08/2013 às 20:42 | Artigos e ensaios,Relações
Você é tão sensível. Tão emocional. Tão defensiva. Você está exagerando. Calma. Relaxe. Pare de surtar! Você é louca! Eu estava só brincando, você não tem senso de humor? Você é tão dramática. Deixa pra lá de uma vez!
Soa familiar?
Crédito para Maciek | flickr.com/emciek/
Foto por Maciek Łempicki | flickr.com/emciek/
Se você é uma mulher, provavelmente sim.
Você alguma vez escuta esse tipo de comentário de seu marido, parceiro, chefe, amigos, colegas ou parentes após expressar frustração, tristeza ou raiva sobre algo que eles disseram ou fizeram?
Quando alguém diz essas coisas a você, não é um exemplo de comportamento sem consideração. Quando seu marido aparece meia hora atrasado para o jantar sem avisar – isso é desconsideração. Uma observação com o propósito de calar você – como, “Relaxa, está exagerando” – logo após você apontar o comportamento ruim de alguém é manipulação emocional, pura e simples.
E é esse o tipo de manipulação emocional que alimenta uma epidemia em nosso país, uma epidemia que define as mulheres como loucas, irracionais, exageradamente sensíveis e confusas. Essa epidemia ajuda a alimentar a ideia de que as menores provocações fazem com que as mulheres libertem suas (loucas) emoções. Isso é falso e injusto. Acho que é hora de separar o comportamento sem consideração de manipulação emocional e começarmos a usar uma palavra fora de nosso vocabulário usual.
Quero introduzir um útil temo para identificar essas reações: “gaslaitear“.
(pequeno adendo do editor: “gaslaitear” foi uma adaptação do termo gaslighting para o português, para facilitar a compreensão do texto)
Gaslaitear é um termo usado com frequência por profissionais da área de saúde mental (não sou um deles) para descrever comportamento manipulador usado para induzir pessoas a pensarem que suas reações são tão insanas que só podem estar malucas.
O termo vem do filme de 1944 da MGM, “Gaslight“, estrelando Ingrid Bergman. O marido de Bergman no filme, interpretado por Charles Boyer, quer tomar sua fortuna. Ele se dá conta de que pode conseguir isso fazendo com que ela seja considerada insana e enviada para uma instituição mental. Para tanto, ele intencionalmente prepara as lâmpadas de gás (no inglês, “gaslights”, vindo daí o nome do filme) de sua casa para ligarem e desligarem alternadamente.
E toda vez que Ingrid reage a isso, ele diz a ela que está vendo coisas.
Nesse contexto, uma pessoa gaslaiteadora é alguém que apresenta informação falsa para alterar a percepção da vítima sobre si mesma.
Hoje, quando o termo é usado, usualmente significa que o perpetrador usou expressões como, “Você é tão estúpida” ou “Ninguém jamais vai te querer” para a vítima.
Essa é uma forma intencional e premeditada de gaslaitear, como as ações do personagem de Charles Boyer no filme Gaslight, no qual ele estrategicamente age para fazer com que sua esposa acredite estar confusa.
A forma de gaslaitear que estou apontando nem sempre é premeditada ou intencional, o que a torna pior, pois significa que todos nós, especialmente as mulheres, já tiveram que lidar com isso em algum momento.
Aqueles que gaslaiteaim criam reações – seja raiva, frustração, tristeza – na pessoa com quem estão interagindo. Então, quando essa pessoa reage, o gaslaiteador a faz sentir desconfortável e insegura por agir como se seus sentimentos fossem irracionais ou anormais.
* * *
Minha amiga Anna (todos os nomes trocados por questão de privacidade, claro) é casada com um homem que sente a necessidade de fazer observações não solicitadas e aleatórias sobre seu peso.
Sempre que ela fica brava ou frustrada com seus comentários insensíveis, ele responde da mesma maneira defensiva, “Você é tão sensível, estou só brincando”.
Minha amiga Abbie trabalha para um homem que, quase todos os dias, acha um jeito de criticá-la, assim como a qualidade de seu trabalho. Observações como “Você não consegue fazer algo direito?” ou “Por que fui te contratar?” são comuns para ela. Seu chefe não tem dificuldade em demitir pessoas (o que faz regularmente), então seria difícil pensar, baseado nesses comentários, que Abbie trabalha pra ele há seis anos.
Mas toda vez que ela se posiciona e diz “Não em ajuda em nada quando você diz essas coisas”, ela recebe a mesma resposta:
“Relaxa, você está exagerando.”
É muito mais fácil manipular emocionalmente alguém que foi condicionado por nossa sociedade para tal. Nós continuamos a impor isso sobre as mulheres pelo simples fato de que elas não recusam nossos fardos. É a covardice suprema.
Abbie pensa que seu chefe está apenas sendo um babaca nesses momentos, mas a verdade é que ele está fazendo esses comentários para induzí-la a achar que suas reações não fazem sentido. E é exatamente esse tipo de manipulação que a faz sentir culpada por ser sensível e, como resultado, se recusar a deixar seu emprego.
Mas gaslaitear pode ser tão simples quanto alguém sorrindo e dizendo, “Você é tão sensível”, para outra pessoa. Tal comentário pode soar inócuo, mas naquele contexto a pessoa está emitindo um julgamento sobre como a outra deveria se sentir.
Mesmo que lidar com gaslaitear não seja uma verdade universal para todas as mulheres, nós certamente conhecemos muitas delas que enfrentam isso no trabalho, em casa ou em seus relacionamentos.
E o ato de gaslaitear não afeta só mulheres inseguras. Até mesmo mulheres assertivas e confiantes estão vulneráveis. Por que?
Porque as mulheres suportam o peso da nossa neurose. É muito mais fácil para nós colocar nossos fardos emocionais nos ombros de nossas esposas, amigas, namoradas e empregadas, do que é impô-los nos ombros dos homens.
Quer gaslaitear seja consciente ou não, produz o mesmo resultado: torna algumas mulheres emocionalmente mudas.
Essas mulheres não conseguem expressar com clareza para seus esposos que o que é dito ou feito a elas as machuca. Elas não conseguem dizer a seus chefes que esse comportamento é desrespeitoso e as impede de trabalhar melhor. Elas não conseguem dizer a seus parentes que, quando eles são críticos, estão fazendo mais mal do que bem.
Quando essas mulheres recebem qualquer tipo de reprimenda por suas reações, tendem a deixar passar, pensando, “Esqueça, tá tudo bem.”
Esse “esqueça” não significa apenas deixar um pensamento de lado, é ignorar a si mesma. Me parte o coração.
Não é de se admirar que algumas mulheres sejam inconscientemente passivas agressivas ao expressarem raiva, tristeza ou frustração. Por anos, têm se sujeitado a tanto abuso que nem conseguem mais se expressar de um modo que seja autêntico para elas.
Elas dizem “sinto muito” antes de darem sua opinião. Em um email ou mensagem de texto, colocam uma carinha feliz ao lado de uma questão ou preocupação séria, de modo a reduzir o impacto de expressarem seus verdadeiros sentimentos.
Você sabe como é: “Você está atrasado :) ”
Essas são as mesmas mulheres que seguem em relacionamentos dos quais deveriam sair, que não seguem seus sonhos, que desistem da vida que gostariam de viver.
"x
“Aqui está tudo que precisa saber sobre homens e mulheres: mulheres são loucas, homens são estúpidos. E a principal razão pela qual as mulheres são loucas é porque os homens são estúpidos.” – George Carlin
* * *
Desde que embarquei nessa auto-exploração feminista na minha vida e nas vidas das mulheres que conheço, esse conceito das mulheres como “loucas” tem de fato emergido como uma séria questão na sociedade e igualmente uma grande frustração para as mulheres em minha vida, de modo geral.
Desde o modo com que as mulheres são retratadas em reality shows a como nós condicionamos meninos e meninas a verem as mulheres, acabamos aceitando a ideia de que as mulheres são desequilibradas, indivíduos irracionais, especialmente em momentos de raiva e frustração.
Outro dia mesmo, em um vôo de São Francisco para Los Angeles, uma aeromoça que acabou me reconhecendo de outras viagens perguntou qual era minha profissão. Quando disse a ela que escrevo principalmente sobre mulheres, ela logo riu e perguntou, “Oh, sobre como somos malucas?”.
Sua reação instintiva ao meu trabalho me deixou um bocado deprimido. Apesar de ter respondido como uma brincadeira, a pergunta dela não deixa de apontar um padrão sexista que atravessa todas as facetas da sociedade, sobre como homens veem as mulheres, o que impacta enormente como as mulheres enxergam a si mesmas.
Até onde sei, a epidemia de gaslaitear é parte da luta contra os obstáculos da desigualdade que as mulheres enfrentam. Gaslaitear rouba sua ferramenta mais forte: sua voz. Isso é algo que fazemos com elas todos dias, de diferentes modos.
Não acho que essa ideia de que as mulheres são “loucas” está baseada em algum tipo de conspiração massiva. Na verdade, acredito que está conectada à lenta e firme batida das mulheres sendo minadas e postas de lado, diariamente. E gaslaitear é uma das muitas razões pelas quais estamos lidando com essa construção pública das mulheres como “loucas”.
Reconheço ter gaslaiteado minhas amigas no passado (mas nunca os amigos – surpresa, surpresa). É vergonhoso, mas fico feliz em ter me dado conta disso e cessado de agir dessa maneira.
Mesmo tomando responsabilidade por meus atos, acredito sim que, junto com outros homens, sou um produto de nosso condicionamento. E que ele nos dificulta admitir culpa e expor qualquer tipo de emoção.
Quando somos desencorajados de expressar nossas emoções em nossa infância e adolescência, isso faz com que muitos de nós sigam firmes em sua recusa de expressar arrependimento quando vemos alguém sofrendo por conta de nossas ações.
Quando estava escrevendo esse artigo, me lembrei de uma de minhas falas favoritas de Gloria Steinem:
“O primeiro problema para todos nós, homens e mulheres, não é aprender; mas sim desaprender.”
Então, para muitos de nós, o assunto é primeiro desaprender como usar essas lâmpadas de gás (referência à origem do termo gaslighting/gaslaitear) e entender os sentimentos, opiniões e posições das mulheres em nossas vidas.
Pois a questão de gaslaitear não seria, em última instância, sobre nosso condicionamento em acreditar que as opiniões das mulheres não têm tanto peso quanto as nossas? Que o que elas têm a dizer e o que sentem não é tão legítimo quanto o que nós dizemos e sentimos?
* * *

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Hora de Mudar




Se eu me perco em hábitos
Me escondo em vícios
Se eu esqueço meus propósitos, a princípio com desculpas

Se eu me entrego pelo ouvido
Se eu me nego pela boca
Me distraio por ai

Se eu não aceito o que se apresenta
Se eu não entendo o que me alimenta
Se eu não vivo o que construí, do princípio parte da natureza

Se eu desisti de novo diante do novo
Se eu esqueci o que aprendi, se a vida me chama e eu me encolhi
Me ajoelho e mendigo

Se eu não me aceito, seja por algo que me tenha dito ou calado
Se eu não me lembro ...acho que não.
Ficaram rastros de um lamento, que ecoou no meu coração!






quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Lembre-se

Quando os ventos soprarem contra
E a maré subir demais
Quando o desespero contaminar os sonhos e preencher os pensamentos
Lembre-se de algo que amou, e de todas as vezes que despreocupadamente sorriu
Quando o fardo for pesado
E a solidão for maior que o desejo de mudar
Quando o barulho da sua própria voz fizer um eco distante na sala
Lembre-se que houve um beijo roubado, um abraço apertado, um afago escondido
Quando o ermitão estiver desiludido, se sentindo desconfortável
Não adiante se entocar, nessa vida existe algo a ser reparado e isso não acontece sem se arriscar
Lembre-se que o sol tenta beijar a lua todos os dias, e não se detém diante da impossibilidade
Ele luta, ela sabe que a vontade é maior que a realidade.....mas onde não houver vontade, não existe nada
Quando um coração não quer o outro se afasta e se cala.....e se permite ser o que for melhor, não por medo, nem por covardia
Lembre-se que o sol é a estrela maior, que vai iluminar a lua que vai acender a luz do dia!

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Quando...

Quando nossos caminhos se cruzaram eu percebi
Que não há sentido manter- se na escuridão
Que não há caminho correto a seguir, mas um desejo imenso de descobrir   a luz
Que atravessa a fresta da parede, o canto da janela, o furo da cortina, um dia nublado
Que alumia os tempos
Não vou mais pedir desculpas, existem inúmeras palavras , diversos eu e apenas um
Que acorda de manhã e sai para trabalhar, que deita a cabeça no travesseiro e sonha

Sou eu é você, a mesma pessoa entre tantas outras
Um refugio seguro a distancia fantasia, uma vida previsível, uma gota de ar por dia
Não se iluda ao ficar entocado acreditando ser uma opção
O destino te coloca do lado errado até você entender que não
Que não há razões para se esconder, que não há razões para temer , que não nada que te deixe acuado
É apenas sombra do mundo refletida na parede,

Apenas o invisível te pedindo para virar o pescoço de lado

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Diálogo



Escolheu viver assim meio de lado
Encanado com as coisas volúveis 
Estendeu as mãos até o vaso de flores, observou os pedestres na rua
Escolheu viver assim meio calado
Arrebentando em pensamentos irados, com dor no peito, dor nas costas.
Escolheu viver assim amordaçado, para evitar o sofrimento apesar da dor
Entendeu o absurdo de viver isolado,
Porque a vida não pede licença dá um chute na porta e se instala.