Por Tatiane Montefusco
Carlos esperava com certo ar de angústia naquele bar a mais de uma hora e nada...olhava o relógio de 5 em 5 segundos, checava no celular se havia alguma mensagem perdida, mas ligar não ligava, jamais daria esse gostinho. Pediu a terceira cerveja gelada e um outro copo americano e esperou, quando finalmente aceitou que havia levado um bolo se sentiu um ótario, levantou logo da cadeira já pedindo a conta, quando ela apareceu. O cabelo preto ondulado não cobria os ombros mas destacava os olhos castanhos quase esverdeados, os fios dos cachos as vezes se enroscavam nos lábios compridos, o vestido vermelho de alças finas ressaltava as qualidades e escondia os defeitos afunilando estratégicamente na cintura até a metade das coxas, deixando as pernas grossas a mostra.
Carlos esperava com certo ar de angústia naquele bar a mais de uma hora e nada...olhava o relógio de 5 em 5 segundos, checava no celular se havia alguma mensagem perdida, mas ligar não ligava, jamais daria esse gostinho. Pediu a terceira cerveja gelada e um outro copo americano e esperou, quando finalmente aceitou que havia levado um bolo se sentiu um ótario, levantou logo da cadeira já pedindo a conta, quando ela apareceu. O cabelo preto ondulado não cobria os ombros mas destacava os olhos castanhos quase esverdeados, os fios dos cachos as vezes se enroscavam nos lábios compridos, o vestido vermelho de alças finas ressaltava as qualidades e escondia os defeitos afunilando estratégicamente na cintura até a metade das coxas, deixando as pernas grossas a mostra.
O garçom se aproximava de Carlos com a conta quando foi
atropelado por um tsunami caindo sobre Carlos, em um abraço forte de quando as mãos
deslizam pelas costas e se encontram do outro lado, em um aperto sem folêgo
como se tivesse corrido a São Silvestre para chegar até ali, e ele acabou por
pedir outra cerveja.
-Demorei???
-Não, que isso!
-Desculpa, trânsito horrível! Que chuva hein, essa
cidade está cada vez pior!
Foram as últimas palavras proferidas naquela noite,
que terminou em um quarto qualquer de um hotelzinho vagabundo,Carlos acordou
com a moça da limpeza batendo a porta e do resto nem sinal. Ficou furioso, se
sentiu usado e inacreditavelmente idiota.
-Mais uma vez, que merda!!!
A quase três anos vivendo essa ladainha não saberia
distinguir de quem sentia mais raiva, de si mesmo ou dela, pagou a conta e foi
embora. No dia seguinte encontraram-se na copa do escritório e conversaram normalmente
como fazem os colegas de trabalho. Vitória nunca fazia comentários sobre sua
vida íntima, qualquer assunto contrário ao trabalho era ignorado ou
simplesmente interposto por um outro assunto. A notória fama que se adquiri por
agir com autonomia, nesse caso, não chegou aos ouvidos de Carlos, ele
desconfiava que provavelmente não era o único mas como não costumavam trocar mais
que duas palavras em tanto tempo, restava apenas a incerteza.
Jurou e fez promessa a todos os santos que conhecia de
nunca mais atender ao telefone, responder a mensagens e estar a disposição 24
horas. Aceitava qualquer convite para sair, de balada rave a festa de criança,
não teria mais critérios em relação a mulher alguma, fosse simplesmente mulher
era forte candidata a preenchar a vaga aberta em sua vida.
Em uma dessas investidas conheceu Laura, moça bonita e
inteligente, se encaixava de certa forma no esteriótipo da loira perfeita para
desfilar por aí. Carlos e Laura conversavam e se davam muito bem, iam ao cinema,
ao teatro, a restaurantes conhecidos, foram juntos a algumas festas de amigos, faltava
apenas um pedido mais direto para oficializar o namoro que poderia acontecer a
qualquer momento, até que o celular tocou.
Carlos olhou a chamada enfurecido e estava determinado
a não atender, colocou o celular no modo silencioso trancando dentro da gaveta
de sua mesa, e assim ficou até o final do expediente. As 18:00 organizou as
pastas e arquivos para a reunião do dia seguinte, desligou o computador e a
fonte que estava debaixo da mesa, quando se levantou sentiu novamente aquele
abraço forte imobilizando seus movimentos...não se sabe ao certo os efeitos de
uma mulher cafageste a única certeza é que Laura ficou esperando até hoje!
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