quarta-feira, 24 de julho de 2013

A PUTA E A SANTA

Por  Tatiane Montefusco

Valdirene regava as plantas de sua varanda todos os dias, de tão bem tratadas causavam inveja na vizinhança e suas rosas eram roubadas no meio da noite, ficava furiosa com tal indelicadeza, tanta dedicação para que no dia seguinte o desfalque fosse maior que a quantidade cultivada. Depois de trabalhar 33 anos na mesma empresa se aposentou como secretária, começou como faxineira e foi subindo de cargo a medida que se dedicava aos estudos e se dedicou muito.
O barulho de movéis se arrastando começou cedo, a risada alta e o salto quicando no chão desagradou de imediato, era um prédio simples sem segurança, elevador ou portaria, qualquer um com cópias das chaves ou  que apertasse o interfone do apartamento poderia entrar facilmente. Valdirene estava se preparando para interromper tudo aquilo colocando a blusa de frio e os chinelos no pé quando tocou a campainha.

Ao abrir a porta se sentiu ofendida, quem era aquela com meio corpete de renda preto e mini-mini saia vermelha, o sapato era Louboutin a meia calça trifil 70 e o bustiê... lindo.
Juliana: Bom dia vizinha, tudo bem! Eu sou a Juliana do apartamento 4 ao lado, acabei de vir do trabalho e estou sem nada, você tem um café?
Valdirene ficou atônita, mas a espontaneidade foi tamanha que ao perceber a situação, Juliana já estava na cozinha procurando uma caneca.
Valdirene: Desculpe, mas você está fazendo muito barulho e ainda são 7 da manhã, o horário aqui é as 10.
Juliana: Nossa, desculpe! Se eu não fizer logo todas as coisas assim que eu chego, só amanhã de manhã.
Valdirene não gostou nada das atitudes da moça, mas relevou, para ela essa juventude é descabeçada, não sabem o que querem nem para onde vão. Juliana tomou seu café devagar e fez um monte de perguntas. Você mora sozinha?  Quantos anos tem? A sua família mora por perto? Você tem cachorro? Tem namorado? Ex marido? Filhos...
Valdirene: Desculpe, não consigo processar tanta informação, pode voltar mais tarde. E empurrou Juliana porta fora até fechar na cara.
As semanas se seguiram com a mesmo ritmo, o barulho agora era mais a noite a partir das 20:00 um entra e sai, risadinhas charmosas e conversa fiada, até as plantas de Valdirene murcharam, tadinhas, aí a mulher enloqueceu, vestiu as chinelas e bateu na porta da vizinha tarde da noite.
Valdirene: Desculpe, não sei o que faz e não me interessa, mas aqui é um prédio residencial e todos nós estamos muito incomodados com o barulho, em qualquer horário.
Juliana: Nossa, desculpa vizinha. Isso é tempórario, eu também não gosto de baderna em casa, mas ou é isso ou eu não trabalho.
Valdirene: Mas não tem como você trabalhar em silêncio?
Juliana: Ás vezes !
Valdirene não sabia se expulsava a moça do prédio ou arrumava-lhe um quartinho na garagem e soltou em voz alta: O que eu faço com você!??
Juliana: Calma vizinha, pelo amor de Deus!!! Pra rua ou pra boite eu não posso voltar. Se não ele me acha, se não ele me mata!
Valdirene ficou azul, diante da situação virou as costas e voltou para casa sem dizer uma palavra. Na manhã seguinte Juliana apareceu na porta com olheiras profundas e um bolo. Valdirene olhou de cima pra baixo e deixou a moça entrar.
Valdirene: O seu trabalho, qual o problema?
Juliana: Eu trabalhava em uma boite, foi o que arrumei quando cheguei em São Paulo lá de Divinópolis do Sul no Amapá. Então um cliente gamou em mim, ficou louco mesmo, começou a me perseguir, me ameaçar, me fez proposta de casamento, mas eu não largo essa vida, eu gosto!
Valdirene: Amapá! E lá você fazia o que?
Juliana: A mesma coisa, só que ganhava menos, bem menos. Sei lá, vocação né, cada um tem seu talento, e você?
Valdirene: Sou daqui, aposentada como secretária.
Juliana: Eu disse que era provisório, mas não sei quando posso voltar pra rua, eu tenho medo!
Valdirene respirou fundo e sentiu uma estranha empatia pela moça e até uma ponta de inveja, plantas são boas companias, animais também, mas faltava algo na vida de Valdirene, uma história, uma linha mal escrita, um caso, um ato de coragem.
Valdirene: Chame esse rapaz aqui!
Juliana: O que?
Valdirene: Chame aqui e me avise, quando ele aceitar eu te explico. Mas antes me de o nome completo dele, o verdadeiro! Se não tiver me mostre quem é.
E lá se foi Juliana atônita e confusa fazer exatamente o que Valdirene lhe pediu. E assim aconteceu, o senhor aceitou o convite, e na hora marcada foi até o apartamento de Juliana que estava vestida á carater para função. O cliente chegou ás 20hs pontualmente e o local já estava preparado, meia luz, cadeira no meio da sala chicotes e algemas, fetiche clássico e básico para começar. Juliana vendou seus olhos e o despiu, jogou o senhor de meia idade na cadeira e colocou- lhe as algemas, coisa básica. O senhor se empolgou bastante e deu-lhe a soltar palavrões e frases promíscuas diversas, que diversão!!!!
Juliana deu uma, duas, três chicotadas entre carícias e juras de amor- violento....Valdirene aparece da cozinha e tirou a venda dos olhos do moço, ao acender a luz até o papagaio da família estava assistindo a sessão......SUPRESA!!!!!

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Não calo!

Por Tatiane Montefusco

Fonte Foto: Juventude Envelhecida

Aconselharam-me a calar
A esperar um gesto, um sinal qualquer
E por segundos acreditei, que poderia manter o silêncio que esconde a verdade do meu desejo
Que reprime a certeza do meu acerto, que me faz querer estar por perto
Não calo!
Quando digo que te quero dentro de uma abraço, de um beijo súbito, silencioso, por vezes tímido e roubado!
Não calo! 
Quando dizem que está acontecendo tudo muito rápido. 
Só eu sei quando há desespero, só eu sei quando há perdição...e digo que não! Não estamos desesperados.
É apenas tempo de reconhecimento, sobre aquilo que já sabemos. 
Não calo! 
Mesmo que regras tolas me digam que estou errada.
Porque não somos mais pequenos, nunca fomos....soubemos ser soberanos na adversidade, na dor, na solidão!
E porque agora devemos ser pequenos?
Porque agora devemos esconder, fugir, fingir que nada está acontecendo. Não somos pequenos!
É tempo de reconhecimento.....
É tempo de troca, de dar e receber.
Não calo!
Diante disso, da necessidade de viver...e mesmo que essas palavras soem como grandes bobagens.
Não calo!
Não calo! 
Não calo!
Diante da minha vontade, diante da minha e da sua liberdade, eu me exponho, sou direta vou ao ponto.
Correndo o risco de ouvir um não e sem querer assustar...
é tempo de reconhecimento, de quem está disposto a dar e receber e viver aquela parcela da vida onde não existe obrigação
Apenas o desejo sincero, guiado pelo coração, como a luz de um farol que aponta de longe a direção certa!


sexta-feira, 19 de julho de 2013

Mais uma do Canal 8


10 DICAS PARA......


Por Tatiane Montefusco



Clotilde já havia lido todos os sites e revistas femininas entre tantas outras , com aquelas listas do que você deve ou não fazer para agarrar um homem, como ser irresistível , como enlouquecê-lo na cama, o que você não deve fazer no primeiro encontro, quais são só sinais para saber se ele está afim de você etc, etc, etc.

A verdade é que desde de João se mudou para o apartamento ao lado, ela percebeu uma “sintonia” , um lance, uma coisa espiritual entre eles. João sempre muito educado e atencioso era um poço de simpatia e fazia sucesso em qualquer lugar, nem era assim um galã de cinema não, com 1,70 , cabelos castanhos  ( meio careca nas entradas) e olhos pequenos, tinha um sorriso largo e boca grande.

Clotilde não perdia a oportunidade de dar aquele esbarrada “casual” no vizinho, entretanto ela não era a única, Gisele a filha do porteiro também dava o ar de sua graça constantemente perguntando se o rapaz solteiro que morava sozinho, precisava de algo as 1 da manhã...Clotilde enxergava a concorrência como estimulo e se colocava em pé de igualdade no visual Show das Poderosas, já não era assim tão moça tinha 28 mas aparentava 22, com seus cabelos longos , cintura fina e olhar 127.

Naquela quarta-feira, a missão da pobre coitada era atravessar a cidade para buscar a prima Sônia na rodoviária. Sônia, menina do interior sem muita experiência de vida prática, era o fardo designado para Clotilde até que a moça soubesse se virar sozinha na cidade grande. E lá vinham elas caminhando pela calçada quase na frente do prédio quando João apareceu. Aparece e perguntou logo se precisavam de ajuda com as malas, Clotilde cheia de charme estava ensaiando um “não precisa se incomodar” quando Sônia simplesmente jogou a mala de mão no colo do rapaz e disse: Obrigada!

Subiram até a porta do apartamento e Sônia simplesmente recuperou a mala dos braços do rapaz dizendo um “valeu”  e entrando para cozinha soltando: “Nossa que fome de Javali !!!!” . Clotilde ficou vermelha e perguntou se João não queria entrar para tomar uma água, o rapaz agradeceu gentilmente mas recusou e foi embora. Começava assim, a via crucis de Clotilde que de tabela perdia a privacidade e acreditava que bancaria a babá por um longo tempo.

De fato NÃO foi o que aconteceu, Sônia arrumou um emprego logo na primeira semana e amigos também , quase não parava em casam, estava sempre ocupada enviando alguma mensagem ou respondendo algum email, Clotilde chegou a ter inveja e quase ciúme da vida social da prima, estava a tanto tempo na cidade grande e só consegui conversar com o papagaio do seu Bento dono da padaria da esquina. Quando menos imagina a campania toca e para sua surpresa Gisele:Oi, a Sônia está em casa?
Clotilde respondeu que sim e a garota entrou como se sempre houvesse frequentado o local , de repente Sônia aparece e Clotilde fica por ali, na cozinha como quem tem algo para fazer apenas escutando a conversa:
Gisele: Ai miga, tô apaixonada, mas o cara não me dá bola. O que eu faço ?
Sônia: Faz uma lista de 10 coisas para.
Gisele: Como assim??? Mas eu já li de tudo, mandei até email pra uma tarologa na tv, comprei a Marie Julia, a Clarice, Moda e Modelos , Papo Calcinha...de boa. Acho que ele é gay!!!
Clotilde sabia exatamente de quem Gisele estava falando e suas orelhas queimavam.
Sônia: Eu disse para você fazer uma lista....não ler uma lista.
Gisele: Ah, como assim???
No momento em que Sônia começaria a explanação a campania toca novamente.
Sônia: Perai deve ser o meu namorado .
Clotilde entra na sala: Namorado?
Ao abrir a porta viu-se João com um buquê de rosas coloridas e um sorriso enorme no rosto. Clotilde não se aguentou e soltou em voz alto: Como assim, João????? Gisele ficou boquiaberta.
Sônia: Como assim, o que?
Clotilde: Como assim, João seu namorado?
Sônia: Sim...e daí.
Clotilde: Mas João por que?

João : Porque ela me pediu.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

CURA GAY

Por Tatiane Montefusco 

Foto fonte : Humortadela


9:00 da manhã  Ricardo chega no trabalho um pouco pálido.
- Bom dia chefe!
-Bom dia Ricardo. O Chefe continua fazendo suas atividades normalmente.
De repente entra o motoboy Jefferson com uma calça justinha e camiseta regata. Ricardo olha para a bunda de Jefferson e tenta afrouxar a gola da camisa, depois passa a mão na testa. Jefferson sai.
Chefe percebe
- Ricardo , você está bem? 
-Tô sim chefe, não é nada não!
Chega Marcelo outro colega de trabalho com a cara fechada de poucos amigos, arruma as bolas antes de se sentar de pernas abertas na mesa de trabalho. Ricardo acompanha todo o movimento  sente  uma forte  tontura.
Chefe
-Hum, to querendo um café quem pode pegar pra mim?
Ricardo
- Eu pego.
O chefe se aproxima de Ricardo na mesa de café e faz uma pergunta ao pé do ouvido :
- Então, sabe aquele relatório de custos, vou precisar de uma ajudinha hoje.
Ricardo demonstra tesão e não se aguenta, aperta a bunda do chefe e diz:
-Hummm depois do expediente?
O chefe dá  um salto.
- O que é isso Ricardo??? Tá me estranhando rapa!!!!!
Ricardo muito encabulado e tremendo frio
- Desculpa, desculpa chefe.Me perdoa , eu não sei o que aconteceu , hoje de manhã eu acordei assim, meio gay!
O chefe surpreso
-Putz cara, porque você não falou logo? Perái. O chefe vai até a gaveta da mesa e tira um remédio.
-Toma aqui cara, toma esse remédinho aqui que é vapt-vupt. Eu estava com o mesmo problema esses dias , fui ao médico e ele me receito Benegay. Cara, dá uma suadeira a noite toda mas no dia seguinte acabaram-se os sintomas...ufa! Um alívio .
Ricardo toma o Benegay .
-Mas chefe e se não funcionar?
Marcelo entra na conversa como se estivesse escutando de longe
Marcelo
- Pô Ricardo, então se não funcionar você procura o SUS. Fui no ambulatório e pedi uma injeção na veia...doí, mas funciona.
Chefe
-Nossa galera, tá foda essa epidemia gay, não tem um nessa empresa que não tenha pego. Mas um pouco e vamos ter que chamar a Defesa Civil, caraca meu!!!

Todos Concordam com a Cabeça.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Sobre Fracasso e Sucesso Pessoal


fonte: Site Somos Todos UM

por Flávio Bastos - flaviolgb@terra.com.br

Sobre fracasso e sucesso pessoal

"Correndo o risco do fracasso, das decepções, das desilusões, mas nunca deixando de buscar o amor. Quem não desistir, vencerá!" (Paulo Coelho)

Entre as experiências individuais de sucesso e de fracasso, inevitavelmente, existe uma distância que revela a existência de um modelo social que interfere no comportamental,  levando um dos indivíduos ao insucesso.

No entanto, este modelo revela também que algumas pessoas, em detrimento de outras menos capacitadas intelectual, financeira ou culturalmente, encontram-se em meio a um jogo competitivo e seletivo característico das sociedades de consumo inseridas no mundo do capital, onde o materialismo dita as regras do jogo.

Portanto, sentir-se uma pessoa fracassada ou uma pessoa de sucesso numa sociedade cujos valores estimulam a competitividade a qualquer custo e a seleção entre indivíduos "superiores" e "inferiores", significa uma cultura que discrimina os "incapacitados" e promove os "capacitados", tornando a vida em sociedade uma constante disputa de afirmações do ego no palco da existência, cujo final da história já conhecemos, à medida que os eleitos, geralmente, são oriundos das classes sociais mais privilegiadas e dominantes na hierarquia do poder.

Contudo, este paradigma que prevalece há séculos, no mundo ocidental, começa a ser alterado em função de sua decadência, fundamentada na carência de valores humanos, como a ética nas relações interpessoais de âmbito familiar ou profissional.

Na direção das mudanças previstas para o milênio, o século que se inicia aponta para o "bem-comum" como um valor a ser assimilado e assumido como uma meta individual e coletiva de longo prazo. Conquista que aproximará os seres humanos através do exercícios de valores transparentes nas relações familiares, sociais e profissionais.

No início do terceiro milênio, o homem chega ao ápice de um ciclo de separações e divisões em todos os sentidos, com ressonâncias imediatas na família e na sociedade, que assiste a crise de valores contaminar as relações interpessoais.

A Era da Sensibilidade chega como a primeira fase de um novo ciclo, que tem a função de aproximar, agregar e despertar o homem para novos valores a serem apropriados e praticados na construção de uma nova sociedade mundial.

Neste novo contexto social, a distância que separa pessoas fracassadas das pessoas de sucesso, tende a diminuir à medida que os modelos que sustentam estas divisões sociais passam por crises que levam a profundas mudanças em suas estruturas. Conflitos, que no "acender das luzes" da Nova Era, iluminam o que antes encontrava-se obscuro nos bastidores do poder dos homens.

Neste sentido, já percebemos que a existência de padrões emocionais, que determinam as experiências cumulativas de fracasso pessoal, encontra-se na razão direta da falta de condições, oportunidades e de estímulo para o indivíduo menos "habilitado" poder "vencer na vida". Situações que acompanham históricos de vidas que, invariavelmente, repetem-se no ciclo reeencarnatório em decorrência de experiências psiquicamente traumáticas que padronizam comportamentos pela via emocional e, principalmente, pela baixa autoestima.

Sentir-se uma pessoa fracassada ou de sucesso pode ser indicativo de que cultuamos valores relacionados ao modelo materialista que elege o competitivismo e o consumismo como referência para a vida em sociedade, o que revela os condicionamentos e processos obsessivos aos quais muitas pessoas encontram-se atreladas. Ou seja, que reproduzem uma cultura na qual as exigências do ego predominam acima do interesse coletivo relacionado ao bem-comum.

No atual momento histórico, o homem vivencia o epílogo de uma era caracterizada pelas distorções de um modelo sócio-econômico alicerçado nas exigências de um eu egoico mais conhecido como poder dos homens. Paradigma que, aos poucos, esfacela-se com a força dos novos tempos de transformações. Fase de transição rica em questionamentos, revelações, mudanças e direcionamentos que indicam o surgimento de uma Nova Ordem Mundial fundamentada no interesse comum de pessoas e de povos que libertam-se de processos obsessivos de origem psíquico-espiritual, que há milênios os mantém cativos de padrões emocionais, comportamentais e culturais.

Surge, no limiar da Era de Cristal, o esboço de uma nova sociedade livre de influências do ego e tendo como base a energia do amor fraterno, que dinamiza, fortalece e orienta as relações humanas para uma realidade mundial em que a experiência de sucessivos fracassos ou de sucessos pessoais não fará mais sentido.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

MUITO MAIS QUE ISSO


Que mundo é esse hein? 

Você vai dormir ouvindo música clássica e acorda com heavy metal. Impressionante e assustador o que vem acontecendo no Brasil nos últimos dois meses e mais ainda o quanto de sujeira pode sair de debaixo do tapete.


De repente me dei conta de que estou em um liquidificador de emoções e reações políticas, sociais e individuais, as insatisfações ganharam proporções coletivas e manifestações imediatas. O Gigante Acordou? Duvido...acho que ele estava triste e deprimido e ficou enfurecido por não poder falar, não poder expressar essa angústia que se arrasta a anos. 

Tudo acontece de uma vez, como um arrastão, uma tempestade, um tshunami sincronizado, todos querendo correr, sem saber muito bem em qual direção. Em meio a manifestações contra tarifa de transporte público, surgiram protestos contra Corrupção, PEC (Proposta de Emenda Constitucional) , Reforma Política, Lei de Nascituro, Ato Médico etc, etc. 

Mas, porém e entretanto qualquer reforma começa dentro. Dentro de si mesmo, dentro da sua casa, da sua família, do seu bairro , nas relações com amigos e colegas de trabalho, com a natureza, com o todo. De que adianta levantar bandeira contra corrupção se o indivíduo trata uma mulher de forma desrespeitosa e preconceituosa, se não aceita as diferenças dentro de casa, se repudia a possibilidade de ter um filho gay...

De que adianta tanta reação, se a emoção continua conturbada e não sabemos respeitar os limites do outro e sua opinião, se confundimos desrespeito com discordância de opiniões, e temos MEDO de julgamentos e palavras, de pagar mico, de falar bobagem e parecer ridículo. 

Meus amigos e minhas amigas, observe a sua volta, veja quanta coisa ridícula e maluca acontece o tempo inteiro, veja como as pessoas se esforçam para manter aquela imagem "cool" ou o que é pior invejam, sem nem mesmo se questionarem se existe algo a ser invejado no outro. 

O mundo é um hospício como diz o ditado, e não é que eu defenda a minha anormalidade , só não consigo enxergar o que seja esse tal "normal", já que não somos feitos em uma montadora de carro com mesmo número de série. O ser humano é emocional, age de acordo com suas emoções, vive aquilo que sente, transforma em um pensamento racional e voilà, está montado o circo ou o teatro ( que particularmente prefiro). 

Diante dessa turbulência, de modo geral nesse momento em que o país está as turras com os representantes do governo, as pessoas se sentem una, conectadas, compartilhando, interagindo e isso é gratificante. O resultado tende a ser positivo ( estou sendo otimista) , mas a vida é imprevisível, tudo termina com a mesma rapidez que começa e devemos estar preparados para o inédito. Sem julgamentos chapados, sem expectativas, sem esperar de ninguém o que devemos resolver aqui, dentro de nós!

Eu me agarro a minha loucura, pois o mundo que  vejo não da pra encarar sã!







segunda-feira, 24 de junho de 2013

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO

Por Tatiane Montefusco


Ronaldo estava empolgado, nunca participará de nada igual . Depois  de  assistir pela TV que a manifestação popular contra o aumento das passagens de onibus desbancou em violência, sentiu seu amor pela pátria triplicar : Como assim, não posso expressar minha opinião?? Vou ser recebido a bala por isso?
Não demorou a comprar uma bandeira meter nas costas e sair pela rua gritando FORA ISSO, NÃO AQUILO, SEI LÁ MAIS O QUE, de fato era uma mistura de ato cívico com balada a céu aberto. Ronaldo se sentiu incomodado,  sabia de sua ignorância para “assuntos de política”. A verdade é que ouvirá a vizinha Juliana dias antes, em um discurso fervoroso no elevador de seu prédio, os argumentos de Juliana eram tão convincentes que Ronaldo sentirá o impulso de chupar uma bala de pedra caso a mocinha em questão colocasse o tema em debate.
Os cabelos desgrenhados, as sobrancelhas grossas e os olhos pretos enormes tinham seu Q de encantadores, Ronaldo ficou um tempão com aquele discurso na cabeça: E vamos lutar pela tarifa, pela educação, pela segurança , esporte, etc, etc. Houve uma mistura de vergonha e empolgação, o discurso permeado de idéias como : Você é responsavél pelo Governo que tem. Sua consciência está dormindo no planalto. Porque não fiscaliza o destino do seu dinheiro. REFORMA TRIBUTÁRIA!

Ronaldo pirou, não conseguiu dormir, sentiu-se enganado pela vida e pensou : Mas eu tenho uma vida tão boa, não me falta nada! E ao mesmo tempo: É, mas eu vivo em um país desigual, tem alguma coisa atrasando o progresso..que cabelo lindo ela tinha!
No dia seguinte a crise das manifestações decidiu ir as ruas e chamou os amigos mais próximos,  deu um jeito de conviar Juliana que para sua surpresa  apareceu de mãos dados com Felipe seu melhor amigo, um tanto  militante esquerdista  na porta de casa. A empolgação esfriou um pouco, mas Ronaldo repetia mentalmente: Estou fazendo isso pela pátria, pela pátria!!! E lá se foram os três, protestar pelas ruas de São Paulo, ao longo do percurso Ronaldo e Juliana travaram uma batalha verbal sobre todas as coisas que NÃO funcionam no país e de quem seria a culpa. O quanto a mídia pode distorcer os fatos, porque a população não se engajou antes, qual foi a gota d’água desse movimento..quem seriam seus articuladores...ufaaaa!

A garota de olhos pretos  enormes devorava suas próprias convicções e ao mesmo tempo ouvia Ronaldo com ar “democrático”, Felipe manteve-se calado a maior parte do tempo e segurando Juliana pelas mãos o tempo todo. Ronaldo estava encantado e desconfiado : De onde saiu tanta teoria da Conspiração? Juliana em tom solene, apertou as mãos de Felipe e disse : Duas cabeças pensam melhor que uma.

De repente Ronaldo se pegou tramando com detalhes um golpe, uma forma de obter a pátria para si e mesmo proveniente de uma linhagem de direita abraçou outros ideais,  já que a esquerda também lutava para conquistar o mesmo país!

segunda-feira, 17 de junho de 2013

SÃO PAULO 17/06/2013


Espero que o dia de hoje seja apenas o começo, que todas as dificuldades e insatisfações se apresentem de forma pacífica mas constante. Sabemos que no Brasil a carga tributária é esmagadora e que todo esse dinheiro se perde nos bolsos de um sistema político partidário que beneficia a si mesmo.
Com  certeza existem pessoas de bem trabalhando no Congresso e em esferas  públicas, existe um Brasil enorme de pessoas do bem, que agora desejam transformar o que existe de ruim.
Vamos caminhar em paz, mas caminhar sempre...Vamos aprender a votar e a escolher, vamos ter consciência de que cada político nada mais é do que um representante, uma pessoa a serviço do povo e da sociedade e que tem como obrigação atender as nossas necessidades.
Vamos entender que se esse representante não cumpre com suas obrigações, podemos e devemos retirá-lo do cargo. Não vamos colaborar com aquilo que corroe e coloca o brasileiro em uma situação degradante, sub-humana. Sejamos melhores que isso e com paz, inteligência e amor, fazer e mudar a história.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

SÃO PAULO 13/06/2013

O que eu vi ontem era uma mistura de espetacular e grotesco nas ruas de São Paulo, foi como voltar no tempo em uma época que eu não conheci. Gostaria de acreditar que vivo em uma democracia, pois pouco me importa se posso ou não andar sem camisa pelas ruas, o que me incomoda é a falta de RESPEITO, o ABUSO.
É não poder MANIFESTAR minha insatisfação, não ter o direito de falar e não ter acesso a quem teoricamente deveria estar a disposição do povo QUE OS ELEGEU diga-se de passagem.
EU VI a Guerra e a Paz, pessoas sentadas na rua na frente da tropa de choque e da Cavalaria, Helicópteros sobrevoando as cabeças e as pessoas sendo encurraladas.
ERA APENAS UMA MANIFESTAÇÃO, pessoas querendo saber para onde vai o dinheiro de TANTO IMPOSTO, porque pagamos TÃO CARO PARA VIVER NESSE PAÍS e em troca recebemos RESTOS...isso vai ficar na minha cabeça por algum tempo e as pessoas que estiveram lá também!!!!



FOTOS : Evandro de Oliveira 


quinta-feira, 13 de junho de 2013

Legiãoooooo


As 7 lições espirituais que aprendi empreendendo

por Alex Possato - alexpossato@hotmail.com

Fonte: somos todos um

Tenho uma fé profunda no Universo, em Deus, e percebo que ouve uma orquestração milimétrica, que veio me preparando para realmente virar um empreendedor. Porque não há outra forma: ou você nasce já com o dom empreendedor, quer dizer - consegue manter o foco, ter um sonho absolutamente intenso no cardíaco, ter hipervisão, flexibilidade, estratégia, constância, disciplina inabalável, adorar ganhar dinheiro, amar profundamente levar benefícios ao próximo, acreditar em si e no seu serviço ou... Você é como eu! (risos). Um songo mongo cheio de medos, indisciplina, preguiça, preconceitos a respeito da riqueza, do ser patrão, do negociar, do se expor... Então, Deus, na sua infinita bondade, fornece-nos a escola. No meu caso, foi uma escola prática. Aprenda fazendo. Just do'it!!! Mas amigo, espero que você não fique 10 anos tentando, até perceber que pegou no tranco. Por outro lado, não vou enganá-lo, e dizer que você aprenderá a se colocar no mercado em 7 dicas práticas. Mas quero lhe deixar algumas palavrinhas sobre espiritualidade, que foi a única coisa que me manteve em pé, nestes anos todos, e que me apoiou  e me apóia tanto nos momentos de crise, quanto nos momentos de glória. Lições que, se eu tivesse colocado em prática antes (e não teria como, porque eu não estava pronto), teriam suavizado meu caminho. Vamos a elas?

1 - Seja honesto, verdadeiro, transparente. Ofereça somente aquilo que você conhece, se banca, domina. Comece no simples. Fique no simples. Seja simples. Comentário do songo mongo: Bem... eu fazia algo que não gostava. Fazia bem feito, mas não estava nem aí pro produto, afinal, não tinha nada a ver com os meus verdadeiros dons, talentos, qualidades. Compliquei bastante os produtos, os serviços, enfeitei a loja... Queria ser aprovado... Aprendi muito, mas imagina que eu tinha força para vender, já que não gostava do que fazia?

2 - Compartilhe o seu dom com o próximo. O seu objetivo é fazer o outro ver a luz que ele tem dentro dele, através do seu serviço ou produto. No fundo, o que você faz deve vir daquela partezinha divina dentro de si  e, dessa forma, apontará a partezinha divina dentro do cliente. Ele sorrirá, ficará feliz. Comentário do songo mongo: se eu fazia o que não gostava, lógico que não vinha do meu Deus interno, mas sim, do meu ego. Também não gostava de atender clientes. Achava eles uns chatos. Queria o dinheiro deles. E a aprovação. Mas não estava aberto para servi-los. Eu não sorria com o que fazia. Como poderia fazer alguém sorrir com o meu serviço?

3 - Coloque o coração na frente da mente. Corrija a rota rapidamente, seguindo a luz, aquilo que dá prazer, traz benefícios, prosperidade, sorrisos. Tudo bem fazer errado, afinal, eu não sabia mesmo. Mas ao invés de ouvir meu coração, buscar os meus dons e mudar radicalmente, eu investia mais e mais no negócio que eu não gostava. Me cobrava internamente, me achava um fracasso, e não queria admitir. Era um baita orgulhoso. E tirei dinheiro de tudo o que foi lugar para provar para o mundo que eu daria certo. Meu ego estava na frente dos negócios. O coração aguardava, quietinho, esperando a coisa ruir. E ruiu...

4 - Reze. Conecte-se. Medite. E siga as orientações de Deus. Songo mongo falando: paralelo ao meu trabalho, eu liderava grupos espirituais. Participei de ONGS. Fiz a minha parte, como um bom espiritualista que sou. E então cobrava: poxa, Deus! Cadê você? Não está vendo que estou fazendo a minha parte, sendo bonzinho... quero prosperidade! Foi assim que me ensinaram! E você tem que me ouvir! Acho que Deus estava lá do alto das nuvens, sorrindo,  dizendo: baixa a bola, criança. Você não está fazendo absolutamente nada. Não há erro. Não há acerto. Coloque-se a meu serviço. Se dê verdadeiramente ao irmão,  e entregue até o seu medo pra mim. Eu cuido disso. Mas enquanto você acha que tem que chegar a algum lugar, que é você quem está fazendo algo, eu espero.

5 - Aprenda a cobrar. O dinheiro é sagrado. Vixe! Que dificuldade de lidar com o dinheiro. Não queria nem cobrar os que me deviam. Fazendo terapia, depois saquei que eu é que me achava devedor. Cheio de minhoca na cabeça, colocadas pelo meu sistema familiar. Medos, sentimento de culpa, tudo vindo do papai, da mamãe e dos avós. Ecos de brigas na infância por causa de dinheiro ainda soavam na minha cabeça, sem que eu soubesse, na época. Ecos de desvalorização das coisas que eu fazia, na infância, e da proteção que meu irmão mais velho recebia, ainda me irritavam, depois de adulto. E eu não tinha consciência disso. Lidei com o dinheiro como uma criança marrenta, magoada, que eu era, embora já adulto, inteligente e culto... Uma criança ferida brincando de empreendedor.

6 - Para ter fé em si, nos negócios e em Deus, é necessário humildade. Para ter humildade, é fundamental disciplina Songo mongo júnior: se eu era uma criança marrenta, logo, era também orgulhoso. Me achava! Não ouvia opiniões. Não respeitei o que o meu pai dizia, muito menos a minha mãe. Os meus avós, então... O que dizer de Deus? Na caminhada espiritual que realizei, entendi que todos os egos são assim: orgulhosos, metidos. Tudo bem. E por isso que todas (eu disse TODAS) as práticas espirituais, de TODAS as linhas e religiões, exigem disciplina. Para que o ego comece a ficar mais quietinho. Domesticado mesmo! Não há como acreditar em Deus e se entregar à sua condução, com o ego exaltado. Meditar todos os dias! É necessário. Ou orar. Orar de verdade! Ir nos cultos, nas cerimônias, nas missas, no terreiro. Fazer suas oferendas, constantemente. Sem parar. E depois, usar esta disciplina nos negócios. Sob o nome de Deus. Mas através das suas mãos.

7 - Relaxe e faça o empreendimento como uma grande cerimônia espiritual Lógico: em algum momento, você realmente começa a levar benefícios aos seus clientes. Benefícios espirituais, mas um segredinho: ele não sabe! Acredita que está comprando um serviço ou produto! Tudo bem, deixa ele acreditar nisso... Porém, você sabe que tudo o que faz é em nome de Deus, seja lá a fé que você tenha. E um ritual divino dá alegria, paz, conexão, não é mesmo? Bem, aqui foram as minhas dicas. Lembre-se, querido: você pode ser o dono da sua carreira, do seu empreendimento, mas em relação a Deus, você é somente um gerente divino, a serviço do próximo. Humildade, cara! Humildade... 

quarta-feira, 12 de junho de 2013

AMOR IMATURO

O  Circulo Vicioso do Amor Imaturo...artigo da Psicologa Elisabeth Mednicoff que se aprofundas nas consequências do amor mal resolvido que temos dentro de nós! Muito bom...


Fonte Foto: :flogao.com.br

http://www.novoequilibrio.com.br/ver_topico.php?Tipo=25&Cod=107

terça-feira, 11 de junho de 2013

HISTÓRIAS DE ANA – Parte 2 : Eu não sou a preferida.

Aos 13 anos Ana começou a ajudar nas tarefas de casa, aos 15 começou a trabalhar em um banco como estagiária, aos 22 conseguiu um bolsa integral em um faculdade de renome, aos 31 estava sentava na frente de um computador na recepção de uma multinacional, mas era terceirizada . Sempre foi uma menina avoada, sonhadora  queria ser independente e detestava das satisfações , sua timidez complicava um pouco a vida, decidiu que a melhor maneira de se expor era ser mais cômica.

Leu quase todos os clássicos da literatura antes dos 25 anos, gostava de rock  música clássica, aos 18 conheceu Suely e fizeram o mesmo curso de artes plásticas. Costumava ser presença constate na casa de Suely que ainda morava com os país em uma desses bairros nobres onde tudo é perto, dá para ir a pé e tem arvore para tudo quanto é lado, o metro ficava a 15 metros do condomínio mais Ana pegava o ônibus que parava na porta, a amizade era muito profunda apesar de viverem em realidades tão diferentes, afinal Itaquera não é Higieanópolis.

A mãe de Ana acreditava que um curso de artes plásticas era perda de tempo: Onde é que você vai trabalhar? Vai fazer o que? Mas ela não se importava, decidiu corajosamente seguir seu coração, deseja ser curadora de um museu, uma galeria, viajar o mundo fazendo arte, era assim. Como sempre pagou suas despesas não tinha o rabo preso com exigências, quem não ajudava tão pouco poderia atrapalhar, sua mãe dedicava atenção aos irmãos, que tinham filhos e precisavam de mais atenção, mesmo antes era assim, afinal: Ela sempre foi tão independente! Mas eles coitados não sabem passar um café e as crianças precisam de mim, já que todo mundo trabalha.

Suely tinha um irmão mais velho, o Beto, muito simpático e inteligente o xodó da mãe e a irmã o do pai, Ana sentia aquela inveja desconsertante, era tudo tão perfeito ali. Um dia saíram os três Suely , Beto e Ana em uma balada qualquer comemorar o aniversário de uma prima, assim que chegaram Beto avistou Aline e foi deu um abração de parabéns , foi ali naquele momento que Ana sentiu a pontada do ciúme, uma, duas , três , dez vezes a noite toda. Pensou: Esses primos são próximos, muito próximos mesmo.

Ana passou a semana remoendo aquilo: Que merda!!! Não fazia ideia de que gostava de Beto até que outra apareceu e sentiu –se assim, meio borocoxó, ficou na dela colocou a amizade em primeiro lugar.
Outubro chegou estalando o chicote,  provas, trabalhos acadêmicos, trabalho, prazos, obrigações. Suely ligou para  Ana feliz da vida, como quando a gente ganha na loteria ou sai com o Johnny Deep.

- E aí amiga é hoje. Ele me ligou vamos sair!?
-Que bom, depois me conta como foi.
-Não gata, vamos sair ? Eu, você, ele a Aline e o Beto? Ana emburrece-se.
-Acho que não, muita coisa para fazer, provas e tal. Ana não estava muito afim de assistir a pegação alheia, o problema nem era a grana....era o show e a solidão acompanhada.


De tanto Suely insistir Ana cedeu, foram os cinco para uma balada GLSBT, como diria dona Andira a avô de Ana “coisa de louco”, a cerveja, o Whisky, a vodka embalaram ao noite, o tal “ele” era na verdade Rafael irmão de Aline, então estavam todos em família com exceção de Ana, mas era quase. As  três da manhã ninguém sabia mais o nome de ninguém, Suely já havia sumido a um tempão, Beto ficou no pé de Aline a noite toda, mas ela acabou se atracando um moreno alto, tipo atleta. Ana se encheu, pegou suas coisa e deu um tchau de longe para qualquer um, antes de chegar no caixa Beto segurou seu braço e disse: Vai embora não! Não me deixa aqui sozinho. Ana fez aquela cara de : Ah, tá!. Mas ele insistiu...e ela cedeu.

HISTÓRIAS DE ANA - Parte 1 : Aquilo que eu não vi

Por Tatiane Montefusco

Fonte da foto: facebookcontraoaborto

Sentada em uma de ante sala de espera  Ana remexia os pés e as pernas sem parar enquanto esperava  por  Suely , não restaria mais unhas nos dedos das mãos e provavelmente nem nos dedos dos pés se continuassem ali por mais tempo.  Angustiada, Ana se perguntou em voz alta encobrindo o rosto com as mãos : O QUE EU ESTOU FAZENDO AQUI !!!!

Ficou apreensiva quando chegaram logo cedo naquela espécie de sítio, sem placas de indicação e  janelas em vidro fumê, foram atendidas  por uma mulher baixinha de cabelos encaracolados e olhos negros que sem cerimônias avisou das condições de pagamento : Apenas em dinheiro! Suely pagou e logo foi encaminhada até um banheiro ao lado de uma área de serviços, com lençóis, roupas e alguns instrumentos cirúrgicos limpos . Ana sentou-se e esperou. 

De repente a mulherzinha apareceu na ante sala novamente deixando a porta entreaberta,  Ana espichou o pescoço mais não viu nada além de um corredor que se perdia de vista na escuridão, tentou perguntar alguma coisa mas a mulher passou apressada em direção a uma outra sala e começou a revirar objetos pesados e utensílios de cozinha. Ana suava frio, sentiu náuseas e uma forte dor de cabeça , quando a mulherzinha saiu correndo carregando uma máquina estranha cheia de botões e duas placas pequenas  de fundo metálico  interligadas,  Ana levantou-se da cadeira e esperou em frente a porta, não conseguia se mover em direção alguma, falar ou pensar. 

Qualquer segundo a mais naquele lugar seria uma eternidade rompida da mesma forma que se instalou, a mulherzinha abriu novamente a porta ofegante com os cabelos desgrenhados como se estivesse em uma luta a dois segundos atrás , parou em frente a garota  segurando e apertando forte suas mãos.

-Menina, desculpe mas sua amiga faleceu. Você vai ter que levar ela daqui.

O rosto pálido de Ana ficou transparente, perdeu-se em pensamentos conturbados e ouviu  apenas palavra faleceu. Respirou fundo como se estivesse entorpecida e divagou em imagens, conversas, lugares e situações o tempo que passou tão rápido. A mulherzinha a chacoalhou por  alguns  instantes  repetindo em voz baixa.

-Você tem que tirar ela daqui!!!

Ana caminhou pelo corredor até desaparecer no escuro, alguns minutos depois saiu do lugar empurrando Sueli em uma cadeira de rodas, a mulherzinha e um homem de barba e cabelos grisalhos acompanharam até o carro . O homem grisalho segurou Sueli nos braços e a ajeitou no banco de trás do carro, Ana sentou ao volante e deu a partida.

Na estrada  o sol brilhava, e o céu de um azul claro carregado de formas-nuvens não apresentava rastros do que aconteceu. Ana dirigia afogada em imagens descoordenadas que  apareciam e desapareciam em uma velocidade perturbadora. De repente, todas as decisões que podem mudar o rumo de uma vida se agrupavam com vozes desesperadas, a solidão, a covardia, o medo, a ilusão perdida, a fraqueza...tudo aquilo que um dia foi amor. Agora era rastro, um resto de sangue, um corpo caído no banco de trás de uma carro!

domingo, 9 de junho de 2013

VOCÊ NÃO QUER SABER

Tatiane Montefusco.

Você não quer saber o que existe, atrás daquela cortina
Você não quer saber o que acontece, depois da esquina
Você não quer saber o porque, a Lua está ali
E as possibilidade que a vida te apresenta
Você não quer saber de sair do quadrado, que te sustenta.
Você não quer saber se há estradas, se todas as virtudes estão na mão errada.
Você não quer saber se a alegria é apenas uma fachada
Você não quer saber se há alguma história
E toda consciência é lapso de memória

Você não quer saber de nada além da própria trajetória
Exige toda a atenção sem dar nada em troca
Se você não quer saber como brilha a luz do sol
Então não puxe a linha e não se entristeça, por continuar na ponta do anzol

terça-feira, 4 de junho de 2013

Em que mundo vivemos?

Por Tatiane Montefusco 

Onde exigências malucas controlam nossa vida, com um sistema educacional de métodos arcaicos que te enrolam até a maioridade, mas não te preparam...Em cidades com milhões de habitantes e ninguém para conversar. 

Um ato de carinho é punido, quando um pai abraça seu filho na rua enquanto voltam para casa conversando, e a celebração do superficial...Porque legal é ser Cool, e não se importar com nada nem ninguém.

Que país é esse tão feliz, e com uma autoestima lá no pé? Porque de fato não acreditamos que merecemos o melhor....o melhor abraço, o melhor beijo, o melhor carinho...o melhor CAMINHO!

Porque o importante é "ser importante", e quem não estiver nessa lista VIP fica de fora, quem não preencher os pré- requisitos básicos fica à margem.

Em que mundo vivemos?

Quando ficamos calados quando poderíamos ser gentis...e quando não pensamos duas vezes antes de lançar mão da violência de qualquer natureza, sem pestanejar !!!!